A nova facilidade do aluguel para fechar negócio
Entenda como vem crescendo a facilidade do aluguel e o que está acontecendo no mercado imobiliário.
O mercado de aluguel de imóveis está desacelerando e o acumulo de casas para alugar é cada vez maior. Segundo o mercado imobiliário, esse aumento é um reflexo da atual crise econômica vivida no país, afinal, muitos inquilinos perderam seus empregos.
O início de desaceleração no valor das locações de imóveis teve início em 2010, segundo dados de pesquisas que medem o valor das locações em várias cidades do país. No mesmo ano houve uma demanda muito grande de imóveis para alugar, mas ainda não existia um reflexo de crise no mercado, portanto, os preços estavam em alta, cerca de 18,56% a mais do que o normal. Porém no ano seguinte já se notou a queda nos preços: em 2011 o índice registrou 17,30%; em 2012 a porcentagem caiu para 10,58%; enquanto em 2013 a queda fez com que o índice registrasse 7,86%. Com essa redução progressiva, em 2017 os valores de alugueis já registram queda de 0,5%, apenas no primeiro semestre.
Como dito acima, em virtude da crise, o número de desemprego no país atingiu níveis históricos. Com isso, muitos clientes que moravam de aluguel entregaram suas casas e precisaram recorrer à ajuda de familiares. Por outro lado, até mesmo aqueles que não perderam o emprego ou que conseguiram se recolocar no mercado precisaram apertar os cintos, mudando para uma casa mais barata ou até negociando o valor do aluguel com o proprietário. Nesse cenário, os proprietários de imóveis se viram obrigados a reduzir valores e negociar com inquilinos. A queda no preço dos imóveis tornou-se realidade e uma estratégia para manter as casas ocupadas e não perder renda.
De acordo com Guido Cussiol Neto, diretor regional do SECOVI-SP, a maioria dos proprietários de imóveis para alugar estão até abonando reajustes anuais para conseguir manter inquilinos, principalmente os inquilinos que sempre pagaram em dia e que conservam os imóveis: “Se o inquilino sai do imóvel, é difícil achar outro”, explica.
Em alguns casos, os inquilinos além de conseguir redução do valor do aluguel, conseguem também negociar outros itens do contrato, como a necessidade de um fiador e até os chamados depósitos caução. Outro item que tem sido muito negociado é o tempo mínimo no imóvel alugado, geralmente de 30 meses e pagamento de multa caso o tempo não seja respeitado. Atualmente, os inquilinos conseguem negociar a ausência de multa ou a redução do tempo para 12 meses, por exemplo trazendo a maior facilidade do aluguel.
É o caso da administradora Raquel Andrade, que aluga há 3 anos um apartamento de dois quartos em Copacabana, uma das áreas mais caras na cidade do Rio de Janeiro e que viu seu orçamento reduzir quando precisou assumir as contas sozinha, devido ao desemprego do marido. Pagando o valor de R$ 3.000,00 por mês, entrou em contato com a imobiliária e ofereceu a redução de 20% no valor do aluguel. Caso a imobiliária não aceitasse, ela teria que abandonar o imóvel. Aconselhada pela imobiliária, que advertiu sobre a dificuldade de encontrar novos inquilinos no momento, a proprietária do local não quis se arriscar e aceitou a proposta de redução do aluguel de Raquel, que passou a pagar R$2.400,00 pelo imóvel que já ocupava.
Portanto, não há como negar, a retração no mercado imobiliário vai permanecer enquanto houver crise. E, já que a crise econômica e política estão deixando os mercados cada vez mais instáveis, é preciso que o proprietário de imóveis se adeque a atual realidade dos inquilinos.
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